sexta-feira, 6 de março de 2015

Caminhando e Acampando em Picinguaba

A nossa primeira acampada, com estrutura legal, foi na praia da Fazenda, localizada em Picinguaba, distrito do município de Ubatuba/SP. Ficamos no Camping Caracol - http://www.campingcaracol.com.br/ - coordenadas geográficas 23º21'24.33"S 44º51'46.62"O.

A praia da Fazenda está localizada dentro do Parque Estadual da Serra do Mar - núcleo Picinguaba. A figura abaixo aponta a localização do camping e também os locais visitados por nós.

Data: de 24 a 31 de janeiro de 2015



UAU! O lugar é lindo! Praia deserta e o mar é raso e parece uma hidromassagem, porque o tempo todo forma pequenas ondas sem parar... o tempo todo... dá pra imaginar?


Como a praia da Fazenda fica dentro de uma área de preservação ambiental praticamente não existem casas margeando a praia. São aproximadamente 3 km de areia e mar. Para chegar no camping, saímos da Rio-Santos (km 11 - desde a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo) e entramos em uma pequena estrada de chão, onde avista-se o portal do Parque e, logo adiante, uma guarita com guardas.



Vale ressaltar que é necessário encaminhar com antecedência um e-mail para o Camping Caracol mayli@campingcaracol.com.br -  a fim de agendar a chegada e comunicar o período de permanência. Assim, a administração do camping repassa para esta guarita os nomes das pessoas agendadas e a placa do carro, para poderem entrar na praia com seus veículos. Só é permitido entrar de carro quem estiver cadastrado, caso contrário, as pessoas deixam seus carros no estacionamento e vão até a praia da Fazenda a pé.

Portal do Parque no Centro de Visitantes
Centro de visitantes, ao fundo a praia da Fazenda
Margeando a praia tem algum tipo de estrada? Não.


O carro segue sobre a areia batida, que de tão firme não é necessário um carro 4x4. É bem estranho a gente indo de carro pela areia, atravessando dois braços de rios pequenos (na ocasião estava um filete de água) e compartilhando o espaço com os banhistas. Por isso, há uma norma que se deve transitar na praia a no máximo 20 km/h, dando preferência para quem estiver a pé.

Dessa forma a gente se lembra que as pessoas são mais importantes que o automóvel. 

O tempo daquele lugar é outro e a velocidade da cidade grande vai ficando pra trás. Boa essa sensação logo ao chegar. Parece o paraíso!

Clique na imagem a seguir para baixar a carta topográfica de Picinguaba, folha SF-23-Z-C-I-3.




O Camping Caracol:

Fica bem em frente à praia e logo ao lado tem um braço de rio que desemboca no mar. Ele é muito arborizado e, por isso, sombreado. Não tem energia elétrica e a luz é ligada com gerador das 18 às 24 horas, por isso é fundamental não esquecer de levar lanternas e luminárias/lampiões para as barracas, pois não há iluminação fora das áreas de cozinha, banheiros e lava-louças.




Existe uma área grande para barracas, que é organizada em lotes, e dependendo da localização da barraca o carro pode estacionar em frente.






Banheiros:

Divididos em áreas de pias e vasos sanitários de um lado e bateria de chuveiros e pias de outro. Tem chuveiros com água quente nos banheiros feminino e masculino. Embora simples, tudo muito limpo e organizado.




  • Cozinha comunitária espaçosa e muito limpa, sem geladeira.
Há uma área grande para lavagem de louças e também existe um espaço de varal comunitário para pendurar roupas, já que não se pode estender varais entre as árvores. 
  • Tem local para coleta seletiva de lixo.
  • Não é permitido nenhum tipo de som eletrônico, apenas os sons da natureza.
Ficamos durante essa semana desligados do "mundo", longe da internet, da tv e do telefone celular. Se quiséssemos nos comunicar tínhamos que ir até a praia e "caçar" um ponto que houvesse sinal, ou quando estávamos em outra localidade com mais infraestrutura. Para recarregar os nossos celulares utilizamos um adaptador no acendedor de cigarro do carro.

Neste período o camping estava vazio, com alguma rotatividade, não chegando a mais de seis barracas ao mesmo tempo. Bem diferente do reveillon que ficou lotado, de acordo com o Sr. Mayr, que administra o camping.

Foram dias ensolarados de muitos passeios nas praias vizinhas. 

Uma das primeiras praias que fomos conhecer foi a praia de Picinguaba, na vila de pescadores que dá nome ao distrito.

Ali existem bares, restaurantes, pousadas, pequeno comércio, além da atividade de pesca. É de Picinguaba que saem os barcos para a ilha das Couves, que você não pode deixar de conhecer. A entrada para Picinguaba é na altura do km 7,5 da Rio-Santos (trecho SP). É uma via asfaltada, porém, estreita e sinuosa, mas com acesso por ônibus urbano, saindo de Ubatuba.

Praia de Picinguaba
Da praia de Picinguaba pegamos um barco até a ilha das Couves, cerca de 20 minutos de barco. Vejam a cor da água!
Chegando à ilha das Couves
Praia na ilha das Couves
Marcelle e a água cristalina
Chegamos por volta das 10 horas da manhã e combinamos com o Beni, que nos levou de barco até lá, para que nos pegasse às 16 horas. Levamos sanduíches, alguns petiscos, água e uma cervejinha para passar o dia.

Batendo um papo com o Beni na Praia da Picinguaba
Chegamos de volta à Picinguaba por volta das 16:30 horas. O Beni nos falou que às 17 horas os pescadores chegavam trazendo peixes frescos, a canoa aparece ao fundo na foto. É claro que esperamos e compramos um peixe fresquinho, que fizemos na cozinha do camping.

Almada é uma praia bonita, água quente, bem calma, mas tem uma "vibe" mais pra turista: restaurantes na beira da praia onde ficam várias mesinhas, espreguiçadeiras e barracas de sol. Bem... não era muito a nossa proposta, porque preferimos o esquema mais informal e sem tanta gente.

Praia Almada
A praia do Prumirim é extensa com o mar um pouco mais agitado. Por isso fomos andando para este canto da praia com pedras e árvores. Ali nos instalamos para aproveitar o dia. Até que percebemos uma movimentação de grupos de pessoas chegando e saindo de barco e vimos que ali era um ponto de "barco-táxi" que fazia o transporte das pessoas até a ilha de Prumirim. 



Praia de Prumirim e a ilha com mesmo nome ao fundo
E assim aproveitamos pra conhecer esta ilha. O tempo de percurso foi de menos de 10 minutos, bem perto da praia. Lá existem várias "barracas" de moradores locais vendendo petiscos e bebidas. Muito gostosa a praia dessa ilha, mas, em pouco tempo o local encheu tanto de gente quanto de lanchas e saveiros... e fomos embora.... e aí... e aí...

Encontramos, meio que sem querer essa lagoa linda, que fica do lado oposto da praia de Prumirim. 


Lagoa de água refrescante em um dia de muito calor

Fomos até Ubatuba conhecer o Projeto Tamar: local muito bacana e didático!



Também conhecemos, em Ubatuba, o Aquário Municipal.


Momento interação... Marcelle e o peixe

Fomos, também, na Casa da Farinha, que fica perto da Praia da Fazenda. Neste local tem a comunidade Quilombola do Sertão da Fazenda. Lá conhecemos o Seu Zé Pedro, morador mais antigo. Ouvimos "causos" a respeito da história local e da resistência dessa população em permanecer com suas tradições, costumes e principalmente sobre a luta  desta comunidade visando a permanência na terra de forma sustentável.

Sylvio na Casa da Farinha, e ao lado, o banner com a foto do Seu Zé Pedro

Uma ida até Paraty pra comprar peixe fresco.


Os barcos coloridos de Paraty
No dia, 30 de janeiro, véspera de vir embora, resolvemos dedicar esse dia apenas à praia da Fazenda, para curtir nosso último dia naquele lugar lindo tomando banho na foz dos rios da Fazenda e Picinguaba, que desembocam no canto oposto da praia em relação ao camping. 



Foz dos rios de um lado e o mar do outro


Corre que lá vem chuva!
Mas, eis que entrou uma frente fria, com chuva muito forte, acompanhada de raios e trovões. Corremos para a barraca e fizemos o nosso último almoço e estávamos muito felizes que a "Lindona" (T6.2) se comportava bravamente, sem entrar uma gotinha d'água sequer. Aquela chuva só vinha comprovar quão boa era a marca dessa barraca e que era real todos os comentários que havíamos lido sobre ela. 

Beleza! Depois de um almoço nada melhor que ficar quietinho dentro do quarto da barraca, de preguiça, só ouvindo o som da chuva, que não era muito romântica, já que caia um temporal lá fora. 

Mas, tá tudo bem, sequinhos... até que...

um barulho de algo despencando do céu...

- Sylvio acorda! Caiu alguma coisa em cima da barraca, acho que foi um galho.
- Você ouviu? (ele estava dormindo mesmo)
- Corre!

Mas fui eu que corri e quando abro a porta da sala pro lado de fora, um galho atravessado em pé fincado no chão como uma lança. Mesmo com o pessoal do camping sempre verificando as condições dos galhos das árvores. Quase tive um treco! O galho furou a nossa "Lindona"... um rasgo enorme que parecia mais uma outra janela. Deu vontade de chorar ao ver a nossa linda, lindona, daquele jeito.

PS: Não tiramos fotos porque ficamos muito atordoados naquele momento.

LIÇÃO 1: Procurar não montar a barraca sob árvores frondosas e que tenham copas muito altas.

Embora tenha sido frustrante ver a nossa barraca novinha com um tremendo rasgo, nada de pior aconteceu com a gente. Já pensou se este mesmo galho caísse em cima do quarto onde nós estávamos? Já era! Foi tão violenta a queda, que além de rasgar o teto do avancè, fez também um furo no piso que colocamos. Mas, tudo bem... fazer o que?

Chegou o dia de ir embora. Chovendo bem menos, mas é um desacerto levantar acampamento com chuva.

LIÇÃO 2: Sempre ter uma vassourinha (daquelas de criança) porque ajuda muito tirar a terra que fica grudada no piso. (tínhamos uma escova macia que vem junto com pá de lixo. Esta escova funciona para a terra soltinha, mas para tirar barro não é legal. E também é bom levar alguns panos de chão limpos para a limpeza dos espeques, cordas, e a parte de fora da barraca. Outro coringa, que nos foi muito útil, foram os sacos de lixo, 200 litros, que serviu para guardarmos a barraca ainda molhada, o piso e o rodapé.

Outros assuntos pra mencionar e finalizar...

rodapé:

Pois é, a T6.2, a "Lindona", seria muito mais lindona se o piso fosse igual a de T6.2 XL Air, não é mesmo?

A T6.2 tem um espaço entre o teto e o chão, a deixando mais vulnerável para entrada de insetos, roedores e animais peçonhentos (cobra, lacraia, escorpiões, etc). Assim, vendo alguns vídeos sobre soluções caseiras para sanar essa questão, fizemos a nossa versão caseira de um rodapé feito de tela de mosquito. Nesta acampada a solução foi mais rústica , mas vamos melhorar o acabamento do nosso rodapé para as próximas acampadas, pra ficar mais resistente e com uma aparência bacana. 



Mostraremos essa nossa solução em outra publicação, explicando melhor como fizemos, ok?

As comidinhas....
tudo de bom as receitas do blog Camping & Cozinha! 

http://campingcozinha.blogspot.com.br/

Fizemos:
- Panqueca doce de Nutella;
- Panqueca salgada de queijo;
- Pão de queijo de frigideira
- Frango descabelado.
                   

                                                             
Panqueca doce com Nutella


Ecocamp...
Valeu super a pena! Evitou caminhar no escuro até o banheiro de madrugada. Embora seja grande para transportar no carro, a vida no camping fica mais fácil.



LIÇÃO 3: Ter atenção em não deixar as tampas do Ecocamp frouxas para evitar vazamentos, principalmente na área de coleta de dejetos. Dá pra ter uma ideia do que aconteceu para darmos essa dica? Outro fator importante  é não economizar nas descargas. Nos 10 litros de água recomendados para encher o compartimento que é misturado com o solvente, utilizamos a metade. Assim, descartamos aproximadamente 5 litros de água e produto químico, o que foi um desperdício. Nas próximas não encheremos tanto o tanque de água limpa.


Na avaliação final sobre esses dias no Camping Caracol é que amamos a semana acampados lá e que um dia voltaremos!


Vista panorâmica da praia da Fazenda

Agora é preparar a nova viagem... novo caminho.


Saudações campistas!

Caminhando e Acampando e 
seguindo a canção... 


7 comentários:

  1. Saudações campistas!

    Estamos adorando ler seus post's, nem podemos imaginar o que sentiram quando a sua "lindona" se rasgou, nós também adoramos a nossa.

    Uma dica: pelo que me lembro a T6.2 tem uma "fita ajustável" que regula a altura do rodapé, na próxima vez vale a pena observar este detalhe.

    Abraços,

    Família Malas Prontas.
    http://campingmalasprontas.blogspot.com.br/

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    1. Ah! que boa dica... Na próxima acampada vamos procurar ajustar esta fita que nem sabíamos pra que servia. Beleza!
      Abraços fraternos

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  2. Olá!!
    Muito legal o relato de vocês!! Me deu muita vontade de conhecer esses lugares, mas me surgiram algumas dúvidas e se vocês puderem esclarecer, agradeço muito. Do camping Caracol é possível ir a pé para a Praia de Picinguaba ou para a Praia da Almada? É preciso marcar com antecedência o passeio para a Ilha das Couves?

    Muito obrigado,
    Abraços

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    1. Oi Rafael,
      Desculpe a demora na resposta... obras em casa e por isso deixamos o blog um pouquinho de lado.
      Tanto uma praia quanto a outra fizemos o percurso de carro. Para a ilha da Couves tem vários barqueiros que fazem esse percurso. É só chegar por volta das 9 da manhã na praia e acertar o passeio e também já deixar marcado a hora do retorno.
      Abraços fraternos,
      Marcelle e Sylvio

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  3. Muito legal e obrigada pelas dicas.

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  4. Olá vi que vcs foram de carro entre uma praia e outra. Mas gostaria de saber se da pra ir de a pé ou é longe?

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  5. MUITO LEGAL E UTIL AS INFORMAÇÕES
    QUE AVENTURA LINDA , EU ESTOU QUERENDO CONHECER ESSE CAMPING , JUSTAMENTE POR SER DESERTAO RSRS
    MAS QUERO IR DE VAN , ESTOU MONTANDO UMA PARA ISSO, SERÁ QUE ELES ACEITAM?? ABRAÇO E LINDAS AVENTURAS, CUIDADO COM OS GALHOS RSRS

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